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 (FP) Lorelay Esra Claeys

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Lorelay Esra Claeys

Lorelay Esra Claeys


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MensagemAssunto: (FP) Lorelay Esra Claeys   (FP) Lorelay Esra Claeys Icon_minitimeDom Mar 30, 2014 1:21 am


Lorelay Esra Claeys

Patrulha De Busca; Parte Sul



Holandesa



18



Taylor Momsen
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS:
Lorelay é bem magra, porém com alguns músculos definidos. Com seu rosto angelical, pele de boneca de porcelana, 1,68 de altura e 48kg passa uma imagem de fragilidade, mas que está bem distante da realidade. Seus braços são suficientemente fortes para carregar alguns kg à mais que seu peso e suas pernas musculosas o suficiente para correr -esforçando-se bastante- 100 m em 15 segundos. Seu cabelo louro e comprido alcança a cintura, os olhos azuis claro são penetrantes e atentos, os lábios finos tem um tom naturalmente um pouco mais avermelhado e o nariz fino e levemente arrebitado possui uma suave curvatura mais encima que surgiu quando o quebrou em uma luta, mas que não tira sua graça. Graças ao seu biotipo Lorelay pode se entupir de comida que permanece com a mesma aparência franzina. Aparência essa que algumas vezes chama a atenção, pois apesar de magra é notável curvas definidas, esculpidas por árduos treinamentos.
CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS
Apesar de toda a aparência de menina pequena e fofa que a loira passa seu comportamento causa um certo contraste. Lorelay costuma ficar sozinha por escolha própria. Depois de todo o ataque com os infectados e ver como os seres humanos poderiam reagir quando em desespero perdeu a confiança em todos. As vezes permite se aproximar de uma pessoa ou outra, mas ainda assim sempre mantem a guarda e não confia por completo. Prefere agir e cuidar de seus problemas sozinha, mas mesmo procurando evitar contato com os outros não perde a oportunidade de participar de uma briga (mas sempre se for provocada primeiro). Como seu pai a ensinou lutar desde pequena, na época com o discurso de que mulheres precisavam aprender a se defender, tinha altas habilidades nas artes marciais e apesar de seu pouco peso costumava vencer. Depois de algum tempo de experiências Lorelay aprendeu a reconhecer, pela aparência e modo de agir de seus inimigos, de que modo conseguiria vencê-los. E seu lado psicopata adora ver seus adversários caídos e esse mesmo lado adora brincar de tiro ao alvo sem piedade ou se importar em quem mira. Gosta de se comportar como se fosse intocável e inabalável, principalmente para demonstrar que é muito mais do que todos pensam, mas nunca subestima ninguém. De poucas palavras não permite que saibam muito de sua vida e personalidade que aparenta ser fria e ríspida para a maioria que a conhece superficialmente. Como sempre fora bastante curiosa e competitiva aprontava muito no colégio em que estudava e depois de anos realizando fugas ganhou velocidade e descobriu que possui um dom natural de se camuflar. Mas apesar de transparecer uma personalidade tão madura, irônica, fria, individualista, egoísta e misteriosa, por dentro Lorelay esconde uma criança fofa e divertida que procura sempre ajudar os outros e que leva a sério "arcar com os seus erros".
HISTÓRIA
Estava indo tudo muito bem na vida de Lorelay Esra Claeys, seus maiores problemas eram a escola e seu padrasto com quem não se dava muito bem. Todo um drama era feito a respeito de coisas tão bobas e sem sentido... até que em 2055/6 tudo mudou. Era para ser um mês de férias divertido passeando pela tão bem reconhecida Nova Iorque, Estados Unidos. Apesar da notícia de uma doença que estava pegando parte da população por não parecer algo sério o mundo continuava rodando e a família de holandeses resolveu visitar os Norte Americanos. Aquela viagem estava sendo um sonho mesmo com o fato de que a filha do meio não parava de discutir com o padrasto, mas isso ficou assim até a hora de comprar a passagem de volta para seu país de origem e não obter sucesso. O mundo já estava percebendo a gravidade da tal doença que a princípio não era nada demais. Os aeroportos foram fechados a fim de conter o vírus e apenas alguns poucos aviões autorizados decolavam. O jeito seria voltar para o Hotel das Montanhas que ficava em uma cidade quase vizinha à Nova Iorque até o governo conseguir controlar a situação e então voltarem para a tão desejada casa.

Quase um mês havia se passado e eles permaneciam no hotel, praticamente trancados já que por lá havia tudo o que precisavam e um pouco mais como restaurante, piscina, salão de jogos e até mesmo um spa. Procuravam aproveitar aquele tempo à mais que tinham ganhado e já que dinheiro não era problema os pais de Lorelay pagariam mais diárias ao hotel sem questionar. Por estarem tão exclusos tudo parecia muito bem, mal perceberam que o caos estava dominando o mundo exterior e que os muros de uma pequena resistência eram erguidos. A mãe ficava preocupada com o marido que adquiriu uma febre, para ela provavelmente fruto da chuva que pegou quando foi à farmácia comprar uma bombinha para o filho mais novo que tinha asma, e começou a estranhar quando o homem ao seu lado passou a perder algumas partes da memória. Não achava possível que tivesse pegado o vírus que estava cobrindo todos os continentes. Por garantia, pediu que os três filhos não entrassem no quarto, pois se fosse contagioso não ficariam doentes também, mas ela mesmo se permitia entrar, não tendo noção do que realmente aquele parasita era capaz. Conforme as coisas pioravam muros para uma pequena resistência foram erguidos e pessoas consideradas descontaminadas eram abrigadas ali. Tudo aconteceu muito rápido até porque pessoas de outros locais fugiam para o norte e enchiam as cidades mais próximas, muitas contaminadas, mas sem saber.

Bateram nas portas do hotel informando que deveriam sair para uma inspeção e depois fugirem para um abrigo e o irmão mais velho se encarregou de arrumar as coisas enquanto a filha do meio chamaria os pais para que saíssem as pressas. Porém, quando Lorelay abriu a porta do quarto onde o padrasto descansava recebendo visita apenas da mãe deparou-se um uma cena que fez seu coração gelar. - Mãe! Precisamos sair a... - A menina ficou boquiaberta ao enxergar o padrasto com uma aparência mórbida horripilante com o olhar preso em sua mãe que estava com uma das varas utilizadas para cutucar a lenha da lareira em mãos e com alguns arranhões. Ninguém sabia o que fazer. Sua mãe estava tremula por causa do comportamento do marido. Ela se surpreendeu com um ataque dele e teve que atacar, procurou não fazer barulho nenhum para não chamar a atenção dos filhos, pensando que conseguiria resolver o problema com uma conversa civilizada, mas estava redondamente enganada. Não havia civilização nenhuma no homem à sua frente. Os passos do irmão mais velho se aproximando com o mais novo ao lado ecoaram e logo a imagem alta parou atrás da irmã, também olhando confuso para a cena. Em um rápido movimento inesperado o contaminado avançou na direção da porta e a mulher loira gritou para que o mais velho fugissem com os mais novos. Eles resistiram e sem ver outra opção e com seu instinto materno a flor da pele a mulher se jogou contra a porta fechando-a e recebendo todo o ataque do marido. Gritos ecoaram e o irmão mais velho começou a chutar a porta, ela abriu um pouco, mas logo se fechou estrondosamente. Ouviu-se a voz da mãe quase em um tom se suplica pedindo que eles fugissem e quando tentaram entrar no quarto novamente os jovens conseguiram ouvir o som da chave trancando o local. Os corações pulavam descompassados e a respiração estava pesada. Lorelay estava paralisada, ainda não conseguindo absorver tudo e deixando que um ódio supremo do padrasto crescesse dentro de seu peito, quando foi surpreendida por um puxão. O irmão mais velho arrastava os mais novos para fora do hotel.

Quando conseguiu recobrar a consciência a loira passou a tentar fugir dos braços do mais velho e voltar para ajudar sua mãe. Porém o rapaz sabia que já não tinham mais mãe e que seria bem pior se voltassem. Como um fã nato de filme envolvendo zumbis ele pensou na possibilidade de então o apocalipse ter se iniciado, mas assim que percebeu como o padrasto avançou rápido percebeu que não eram. As coisas estavam piores, esses aí conseguiam dar investidas. O irmão mais novo que não tinha uma diferença de idade muito gritante para a irmã ajudou a levá-la a força em direção ao norte, o mais longe possível do hotel e seguindo um grupo de pessoas mais à frente que também procuravam se salvar. - Deixa eu acabar com a raça daquele desgraçado! - As palavras eram cuspidas com força em meio a lágrimas que insistiam em cair por mais que o rosto delicado da garota já estivesse inchado de tanto chorar. Vendo que a irmã mais nova não colaboraria ele entregou as mochilas que havia preparado para o mais novo e jogou a menina sobre seus ombros, carregando-a com tanta facilidade que foi possível andar muito rápido mesmo com o peso a mais. Os três estavam perdidos, não sabiam o que fazer, nãos tinham ideia do que seriam de suas vidas a partir daquele momento. Trocaram poucas palavras durante o caminho e quanto a questão foi jogada na conversa concluíram que deveriam procurar o pai biológico que ficou na holanda. Talvez por lá as coisas não estivesse tão ruins.

Depois de muito caminhar os desabrigados chegaram a uma cidade que já estava deserta. A primeira sugestão era a de que eles haviam esvaziado e ido para o tal abrigo do qual ouviram falar, mas pouco depois começaram a cogitar a possibilidade de já ter sido atacada. Se fosse verdade significava que os contaminados estavam vindo do norte também. - O que faremos agora? - Perguntou o mais novo depois de cansar o dedo apertando a bombinha de asma. O mais velho deu de ombros e sugeriu que continuassem aquele trajeto, pois o abrigo certamente estaria salvo, mesmo que tivesse "mortos-vivos" em volta. Ele sacudiu a irmã mais nova e viu que ela havia adormecido em seu ombro, não pode deixar de rir com a cena. Talvez fosse melhor dormir naquela cidade e prosseguir no dia seguinte já que o céu escurecia. Entraram na casa com mais trancas que encontraram e se aconchegaram ali. Os meninos comeram alguns suprimentos que encontraram na geladeira e nos armários e os três parecendo aves empoleiradas dormiram abraçando uns aos outros. Ao menos assim sentiam um mínimo de segurança e conforto. O sono havia sido perturbador para todos, tanto que com o primeiro estrondo eles não acordaram pensando que era do pesadelo em que estavam mergulhados. Quando um segundo estrondo ecoou pela casa Lorelay abriu os olhos se levantando ao mesmo tempo, assustada. Sacudiu os irmãos que levantaram meio perdidos, mas que pareceram despertar no segundo seguinte quando ouviram a janela do andar de baixo sendo quebrada. Em um pulo eles se colocaram de pé e apanharam as mochilas pensando em fugir, mas assim que Lorelay chegou ao corredor primeiro viu uma mulher de cabelos ralos, pele necrosada e olhos vermelhos no primeiro andar que se levantava provavelmente da queda que deveria ter sofrido depois de quebrar a janela. Ela subiu o olhar pra menina no alto de forma animalesca e disparou na direção da escada. Pelo visto também eram inteligentes demais para serem zumbis. A menina voltou para o quarto quase escorregando no tapete do corredor. - CORRAAAAM! - Os dois garotos viram apenas o vulto da irmã passando feito um raio, se jogando contra a janela de vidro e pouco depois ouviram um barulho de água. O irmão mais novo espiou pela janela vendo que a irmã caiu em uma piscina e o mais velho deu uma espiada no corredor vendo a contaminada terminando de subir as escadas com tanta pressa que escorregou no tapete. Até riria da situação, mas como sua vida e daqueles que amava estavam em risco não se permitiu perder tempo. Simplesmente correu em direção a janela agarrando o irmão -que provavelmente não teria coragem de pular- pela cintura e levando ele junto janela a fora.

As cabeças sairam da água desesperadas. Nadaram até a borda e saíram correndo com mais dificuldade pelas roupas molhadas e pelo frio. O sol ainda estava baixo provocando sombras compridas e finas que poderiam facilmente esconder alguém com quem deveriam se preocupar. Não arriscariam diminuir o passo até sair da cidade, estando ou não em um lugar "suspeito". Continuaram correndo em direção à avenida principal quando se depararam com uma sombra mais a frente. - FUJA! FUJA! - O mais velho começou a gritar, balançando uma das mãos em sinal de aviso, mas ao invés de fugir a sombra fez apenas correr na direção deles. Assustados, os três pararam e mudaram de direção entrando em um beco que era o único caminho alternativo. O som de seus passos apressados ecoavam pelas paredes próximas e de forma mais aguda quando pisavam em alguma poça de água. Ao dar uma espiada para trás Lorelay informou que agora eram dois e tentaram correr mais rápido. A mulher havia voltado. Saíram do beco chegando a uma rua que mais à frente de separava em duas. Corriam decididos a pegar o da direita que levaria à grande avenida que uma hora viraria estrada, mas no meio do caminho, ao ver que uma terceira pessoa se juntava àqueles dos quais fugiam o mais novo começou a ter uma crise de asma. - Agora não... - O mais velho suplicava em sua voz, mas sabia que o outro não podia fazer nada a respeito. Abriu a mochila do irmão enquanto ainda corriam e tirou a bombinha, agitando-a antes de entregar ao irmão que desesperadamente a levou à boca. Tentou apertar algumas vezes, porém nada saia. Acabou. Já reduzindo a velocidade pela falta de ar perceberam que não conseguiriam continuar. Balançando a cabeça, não acreditando que faria quilo, o mais alto pegou o pequeno e o jogou nas costas voltando a aumentar o passo, por mais que sentisse suas pernas avisando que não aguentaria tanto esforço por tanto tempo. - Vai pro abrigo, vou procurar uma bombinha e te encontro lá! - Lorelay ouviu a voz ofegante de seu irmão e negou dizendo que os acompanharia, mas ele insistiu dizendo que ela poderia ganhar uma dianteira e pedir ajuda. Ela concordou, mas sem desconfiar que o irmão não acreditava de verdade que teriam alguma chance de sobreviver. Tudo ia contra. Os "zumbis" eram rápidos e inteligentes, eles não conheciam a cidade para saber onde tinha uma farmácia, gastariam tempo procurando a bombinha e isso acabaria com a vantagem de distância que agora tinham, ainda teriam que fugir e correr por ruas desconhecidas atrás do abrigo. As chances eram remotas, mas o mais velho fazia uma tentativa final de salvar a vida da irmã, consciente de que não tinha coragem de abandonar o mais novo para salvar a sua. Com os dois juntos a chance do pequeno sobreviver aumentava de 0 para 5%, talvez.

Depois de ver os irmãos pegaram a estrada da direita e ela da esquerda Lorelay tentou apressar ainda mais os passos. Mesmo que sua respiração estivesse ofegante e seus músculos pedindo descanso não pararia. Precisava chegar o mais rápido possível ao abrigo e pedir ajuda. Passando por uma loja de esportes com a vitrine toda estraçalhada, sem diminuir o passo a menina se aproximou e pegou um taco de baseball apenas para não ficar desarmada. Continuou seu caminho sentindo que sua franja já estava seca, mas o sapato fazendo um barulho molhado a incomodava. Queria tirá-los, mas com tantos cacos de vidro espalhados por aí dentre outras coisas seria possível se machucar de maneira mais grave que a impedisse de permanecer no mesmo ritmo. Poucos minutos depois ela chegou à estrada que permitia uma visão bem mais limpa, sem casas ou prédios. Nem mesmo árvores altas estavam presentes por ali. Olhou para trás e viu que se encontrava sozinha. Uma pontada de alívio a invadiu quando viu que estava mais segura por enquanto, mas seus músculos não relaxaram e se forçou a correr mais. Aquilo significava que os três infectados estavam atrás de seus irmãos agora e ela precisava fazer alguma coisa. Insistiu o máximo que conseguiu, mas depois de alguns quilômetros a menina caiu no asfalto quente por tropeçar cadarço do próprio coturno. Seus pés ardiam assim como as mãos e os joelhos que tentaram proteger o corpo da queda, seus músculos latejavam e os lábios estavam ressecados. Insistia em passar a língua na tentativa de umedecer o local, mas aquilo funcionava apenas no primeiro minuto e em seguida parecia ficar pior que na situação anterior. Piscou algumas vezes os olhos que pareciam ser esfregados em areia e quando se deu conta algumas lágrimas começaram a rolar por suas bochechas como se apostassem corrida. E a cada segundo entrava uma nova competidora na disputa.

Lorelay estava ajoelhada na estrada, chorando sem saber o que fazer. Sabia que não poderia ficar ali, tinha que correr atrás de ajuda, mas não tinha forças para completar sua missão. Passou as mãos sujas na calça para tentar limpar e depois as passou debaixo dos olhos, secando as lágrimas. Tirou os sapatos e se assustou quando a meia doeu para ser tirada. Parecia até que havia grudado à sua pele e que queria levá-la junto. Controlou um choro que tentou se apoderar dela e se levantou tentando andar pela estrada, mas não conseguiu e voltou a se sentar. O asfalto estava fervendo e seus pés já estavam mais delicados depois de sofrer com a umidade do sapato e a correria desesperada. Tirou o casaco e sem se importar de ficar com uma roupa íntima a mostra se desfez da camiseta também. Usou as duas para amarrar em seus pés e formar um sapatinho que ela sabia que não duraria muito, mas tinha esperanças de durar ao menos até alguns quilômetros a frente onde algumas árvores começavam fazendo um pouco de sombra na beira da estrada. Pondo-se de pé a loira voltou a caminhar, mas desta vez sem conseguir correr. O sol provocava uma ilusão no final da estrada, como se tivesse água ali no chão, e mesmo sabendo que não era líquido de verdade a garganta da menina pedia por aquilo incessantemente. Sem retardar os passos Lorelay tirou a mochila de suas costas e começou a avaliar seu interior para ver o que o irmão havia guardado ali, mas parte se decepcionou. A maioria era comida, mas estava estragada por causa do pulo na piscina. Jogou aquilo ali fora e voltou a examinar. Colocou o rosto sobre o buraco, mas se afastou de imediato fazendo uma careta logo em seguida. Estava fedendo ali dentro. Respirou fundo e voltou a remexer, desejando que tivesse ao menos uma garrafa d'água, mas não tinha. Encontrou suas roupas íntimas, uma quantidade pequena de roupa, seu celular com o fone de ouvido conectado, o canivete e o esqueiro que comprou em um show apenas porque tinha o logo da banda cravada no metal. Passou para um bolso interno e riu ao tirar um maço de cigarro dali. Provavelmente o irmão o escondeu depois que a mãe ficou enchendo o saco. Guardou a droga de volta na mochila e continuou verificando e sorriu ao se deparar com seu brilho labial. Nunca pensou que ficaria tão feliz em vê-lo. Girou a tampa e desesperadamente passou em seus lábios, sentido-os arder de leve. Era melhor do que nada. Vendo que estava andando mais lento, Lorelay fechou a mochila, ajeitou-a nas costas de forma correta e apoiou o taco de baseball que ainda carregava no ombro.

As primeiras árvores perto da estrada começaram a surgir e a viajante procurava ficar debaixo das sombras o máximo que podia. No começo era meio complicado, pois estavam afastadas demais, mas conforme ia avançando mais elas ficavam próximas uma das outras. Alcançando uma sombra mais confortável a loira parou de andar para o norte e saiu da estrada para se sentar em um tronco caído não muito longe dali. Fez questão de tocar sua cabeça e se surpreendeu com a temperatura. Seu cabelo estava quase em chamas, muito mais quente do que imaginava. Escorou o taco que carregava na madeira e sentando abriu a mochila para terminar a vistoria. Tirou dali seu manto que mais parecia um sobretudo preto de tão longo, mas que era quase tão leve quanto uma saída de praia e o vestiu. Como era aberto na parte da frente não esconderia o sutiã, porém pouco se importava, estava sozinha mesmo. Reclamou mentalmente por não ter trago uma chinela e tirou seus sapatos improvisados para massagear os pés. Independente do que colocava eles continuavam doendo e sensíveis. O ideal era ficar de repouso por uns dois dias, mas não poderia. Por nenhum instante, até mesmo quando sua boca passou a sangrar pela secura, Lorelay deixou de pensar em seus irmãos e como eles estavam em perigo. - Aguente. - Ela sussurrou em pedido e respirou fundo voltando a olhar a mochila. Não tinha muito mais coisa. Encontrou seu par de luvas, meias, dois livros, uma faixa de cabelo, seu soco inglês que foi dado pelo pai mais como amuleto da sorte depois da separação dos dois do que para realmente usar, um spray de pimenta e seu caderno de desenhos. "Ele não é dos melhores arrumando mochilas" a menina pensou rindo consigo mesma. Apostava que na mochila do irmão deveria ter apenas o vídeo-game, deixaram as roupas sujas no hotel e até a roupa preferia da loirinha havia ficado no banheiro que ela preparava para tomar banho. Quando se deu conta de que a sombra das árvores estavam ficando grandes demais se levantou já preparando as coisas para seguir adiante antes que escurecesse e ela ficasse sem onde se esconder.

Colocou o soco inglês apenas para lhe dar mais confiança, pegou o taco de baseball com firmeza para ter efeito parecido e assim que deu o primeiro passo ouviu pneus gritarem. Escondeu-se atrás da árvore mais grossa que estava perto dela e com cuidado procurou a origem do som com o olhar atento.  Sentiu um frio na barriga e suas mãos começar a suar. Lá estava um carro parado e um homem jogado na frente dele. A princípio pensou que fosse um atropelamento, mas mudou de ideia quando o possível "atropelado" se levantou praticamente rugindo. Era um deles. O homem da caminhonete vermelha saiu perguntando aos berros o que cara tinha na cabeça para montar em sua carroceria, mas parou quando o outro se atirou em sua direção. Lorelay ficou observando tudo em silêncio e sem saber o que fazer, queria ajudar o homem gordinho que corria em volta do seu automóvel para fugir, talvez ele pudesse lhe oferecer carona até o abrigo, mas ficou com medo de que se assim fizesse o contaminado mudaria seu foco para ela e o senhor entraria em sua caminhonete, partindo e deixando-a sozinha com a "fera". Ela fechou os olhos com força, tentando reunir forças para dar apoio ao dono da caminhonete e montar um plano, mas quando abriu viu que demorou demais para tomar uma decisão. O contaminado pulou por cima da caminhonete como se pulasse uma tartaruguinha e caiu sobre o senhor com ferocidade, fazendo um corte profundo na barriga dele com suas unhas que mais pareciam garras. Quando deu conta de si Lorelay se pegou já caminhando sorrateiramente na direção da fera que estava distraída. Sentia o asfalto fresco sub seus pés descalços que em movimentos lerdos se locomoviam. Segurou o taco com as duas mãos e assim que a fera notou sua presença, subindo o rosto para olhá-la a loira desceu o taco que fez a cabeça de seu inimigo virar soltando alguns estalos.

Sentiu um desespero junto com raiva subir por seu corpo inteiro e começou a espancar o "projeto de zumbi" com toda a sua força, como se quisesse descontar nele todo o ódio e tristeza que estava sentindo graças àquele vírus repugnante. Mas tomou o cuidado de não tocar nele e nem mesmo deixar uma gotícula daquele sangue imundo tocar seus pés brancos e delicados. Depois de alguns longos segundos extravasando seus sentimentos finalmente parou, respirou fundo para recuperar o ar e tocou no dono da caminhonete também com o taco. Este estava com um corte enorme na barriga e outro no pescoço, nem se quer movia um músculo. Lore tocou no olho aberto do homem e este também não reagiu com tal provocação. Estava morto. Nunca sentiu seu estômago embrulhar com sangue, mas àquela cena com dois cadáveres estava causando ânsias à garota. Conseguia ver a banha fatiada do senhor e concluiu que àqueles contaminados eram, na melhor das hipóteses, nojentos. Com uma cara de nojo a menina olhou para os lados, certificando-se de que não havia mais ninguém por perto e jogou o taco de baseball fora entrando na caminhonete. Fechou a porta soltando um estalo e ligou o automóvel já que a chave ainda estava na ignição. Agora sim estava melhor. Pensou em voltar e buscar seus irmãos com a caminhonete, mas viu que o tanque já estava perto de acabar. Se voltasse os três não conseguiriam chegar à resistência. Talvez fosse melhor seguir o plano do seu irmão: pedir ajuda o mais rápido possível e se encontrarem atrás dos muros. Com determinação no olhar Lorelay pisou fundo no acelerador e seguiu a estrada aumentando cada vez mais a velocidade. Imagens de sua mãe e seus irmãos invadiam sua mente sem autorização. Ela tentava evitar pensar neles para não ficar para baixo e chorar, mas era impossível, eles sempre estavam ali. Os olhos da menina começaram a marejar, dificultando sua visão e quase atropelou um animal que atravessou a estrada correndo. A menina se assustou e virou o carro tão rápido que fez os pneus cantarem, mas conseguiu se manter na pista. Por sorte só tinha ela naquela estrada.

Com um carro chegar à cidade de N.Y foi bem mais fácil. Seus pés ainda estavam doloridos e ela soltava um baixo gemido de dor quando tinha que apertá-los contra os pedais, mas permaneceu firme e em alta velocidade. Ela realmente estava esperançosa, mas tudo pareceu desmoronar quando viu a situação daquela cidade. Não se assemelhava com a que vira no mês anterior. Onde estavam todas as luzes e as inúmeras pessoas? Não estavam mais ali. Em seus lugares haviam umas cinco pessoas com caras abatidas e peles necrosando. Inclinando levemente a cabeça para baixo e subindo o olhar com um sentimento psicótico a garota franzina ignorou toda e qualquer dor que àquilo pudesse lhe causar e apertou fundo o acelerador. O barulho que o motor soltou expressava sua fúria. Sem hesitar a caminhonete vermelha saiu atropelando tudo e todos que encontrava pelo caminho. Quando o para-brisa era sujo por sangue Lore apenas acionava o limpador e continuava seu percurso, muitas vezes mirando em algum alvo que na opinião dela deveria estar morto. Não eram humanos, isso havia ficado bem claro para a moça com a mulher que invadiu a casa que estava com os irmãos estraçalhando a janela. Ao lembrar da cena sentiu uma incomodação nas costas. Deveria ter machucado, mas com toda aquela adrenalina correndo por sua circulação sentia apenas os mais graves ou os que via com os próprios olhos. Depois de se aproximar da saída da grande cidade, já vendo altos murus não muito distante, acidentalmente bateu a caminhonete com força ao tentar desviar de uma pedra e não ver um enorme buraco que desalinhou as rodas e a fez perder o controle. Para sua sorte a caminhonete possuía um airbag que amorteceu sua pancada, porém ainda sentiu bastante do choque. Ouviu um barulho e quando olhou para o lado viu que o porta-luvas estava aberto com sua luzinha interna piscando. Olhou com cuidado, tentando achar o que causou aquele barulho e ao olhar debaixo do banco do carona encontrou uma pistola. Não era da última geração, mas ao menos continha algumas balas. Pegou a arma e com dificuldades conseguiu passar para o banco de trás. Se para suas pernas finas era complicado para alguém um pouco maior poderia significar ficar preso ali até os infectados aparecerem. Tentou abrir todas as portas, mas estavam tão amassadas que não deu certo. O jeito foi sair pela janelinha de trás.

Depois de muito correr Lorelay finalmente chegou à um enorme portão que ficava pequeno comparado com o tamanho e extensão do muro. Não caberia um país ali, mas era quase uma segunda Nova Iorque, talvez. Conforme ia se aproximando, carregando suas coisas com dificuldades, notou a presença de seguranças. Estes, que também notaram a menina pediram que ela parasse imediatamente e que não se mexesse. - Eu preciso de ajuda! Meus irmãos, precisamos procurá-los agora mesmo. - Ela pedia já deixando mais uma gota salgada escapar dos olhos penetrantes. Não ligando muito para a inocência verdadeira que a menina transmitia eles se aproximaram e a forçaram fazer um teste que lhes permitia saber quem estava ou não contaminado. Ela respirou aliviada quando o resultado deu que estava liberada, porém não deixou que o medo de estar ou não infectada depois de espancar um daqueles monstros tirasse sua preocupação com os irmãos. Avisou que quando saiu da cidade eles estavam limpos e que poderiam estar vivos, que era dever dos que estavam no comando salvar suas vidas inocentes e conseguiu que enviassem uma equipe de busca. A menina foi levada ao hospital para ser tratada e passou uma semana lá aguardando notícias boas, porém elas não vieram. Informaram-na que não encontraram ninguém e algum tempo depois ela ainda teve a desgraça de receber a informação de que não poderiam mais ficar procurando. Depois que saiu do hospital já bem melhor Lorelay foi procurar algum emprego que a mantivesse com vida por mais algum tempo, pensou algumas vezes em ser comerciante ou cientista, aproveitando-se de suas habilidades na área da ciência, mas achou uma que lhe parecia perfeita. A Patrulha de Busca. Ela gostaria de ajudar àqueles que precisavam, trazendo coisas essenciais do lado de fora para dentro, mas além disso via ali uma oportunidade perfeita de encontrar seus irmãos e caso se deparasse com seu padrasto acabaria com ele antes que o mesmo a visse se aproximando. Lore já sabia lutar muito bem e sabia usufruir de outros artifícios para derrubar pessoas maiores do que ela, era rápida e tinha excelentes reflexos, precisava apenas aprender a usar uma arma e acertar o alvo. Decidida acabou se inscrevendo no treinamento e passou o ano seguinte dando o melhor de si para ser a melhor e acabar com seus colegas de classe, não por maldade, mas se vencesse deles suas chances do lado de fora eram bem maiores.

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(FP) Lorelay Esra Claeys
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